
Publicidade não está migrando para web com a mesma velocidade que a audiência
Apesar da variedade de fontes e enfoques que a web pode proporcionar, os leitores, mesmos os mais jovens, estão se informando, cada vez mais, por meio de produtos de tradicionais marcas do jornalismo [aka NYT, Washington Post, CNN etc].
Ou seja, a chamada “grande mídia” não está perdendo audiência e relevância com a web, pelo contrário. O problema é que os anunciantes não estão migrando para a web com a velocidade desejada.
E mais. A pauta dos jornais ainda continua limitada. Os sites de notícias, em geral, oferecem os mesmos assuntos, segundo o The State of News Media 2008, relatório anual publicado nesta segunda-feira e que aponta tendências na área de jornalismo.
Produzido pelo The Project for Excellence in Journalism, ligado à Universidade da Columbia, o estudo tem relevância no meio online. A meu ver, ele vem mais para ratificar certos processos que já eram visíveis.
No ano passado, por exemplo, detectou que a internet deixou de ser inimiga e passou a ser aliada na busca de leitores e consolidação de marca para os principais jornais do mundo. Neste ano, pela 1a vez, sites de jornalismo cidadão e algumas comunidades online foram pesquisadas.

Grandes marcas do jornalismo não perderam relevância com a web
Outros pontos de destaque e convergentes foram apontados. Seguem com comentários:
* Notícias como um processo contínuo
As notícias não são mais vistas como um produto final e fechado – um jornal, uma revista -, mas um serviço, um processo contínuo que deve ajudar o leitor a “responder perguntas e encontrar o que procura”. Faz sentido, até por que na internet, devido à atemporalidade, a notícia não consegue ser um produto final, acabado. Lembra daquele conceito de que a notícia não morre?
*Sites de notícias estão deixando de ser “destinos finais”, “jardins fechados” e estão se conectando com fontes externas. Devem ser vistos como porta de entrada, o começo da navegação para diversos assuntos.
A necessidade de serem encontrados nos mecanismos de buscas também forçou os sites de notícias a adotarem essa política de “conteúdo aberto”, linkarem para fontes externas e correrem atrás de técnicas de SEO e processos de abertura de seus bancos de dados.

* Sites de jornalismo cidadão ainda não têm uma produção satisfatória
Ou seja, no jornalismo online, o chamado “conteúdo gerado pelo usuário” ainda não dá para ser o conteúdo base. Deve estar “remixado” com o conteúdo gerado por profissionais. É convergência, modelos híbridos e não divisão.
* Antes consideradas desconectadas do público, as redações passaram a ser vistas como importantes locais de experimentação e inovação.
Não dá para generalizar, não são todas as redações que estão abrindo espaço para experimentações. Vide a pequena quantidade de empresas de mídia que possui uma seção labs em seus sites.
O que acredito que está acontecendo é que as redações estão absorvendo mais rápido novas abordagens e formatos – vide microblogging, newsgames e videocasts.
Um resumo do estudo poder ser conferido em pdf aqui.
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