
Primeiro veio o Napster, depois o iTunes e agora o Spotify. É assim que os sites de tecnologia em geral estão vendo a linha do tempo dos serviços de música online.
Enquanto a imprensa redescobre o Twitter, site lançado lá em meados de 2006, em um terceiro e já cansativo hype mundial em torno da ferramenta de microblogging, um serviço lançado no ano passado na Suécia, terra do Pirate Bay, vem chamando bem mais a atenção.
Spotify é uma espécie de mistura da rede social Last.FM com o iTunes, loja online de música da Apple. Com uma interface parecida ao do iTunes e um sistema de busca interno eficiente, é um programa que dá acesso a um catálogo de bilhões de músicas.
Para você ouvir a qualquer momento de forma legal (tem acordo com gravadoras), sem precisar baixar nada para o computador (é tudo por streaming) e quem sabe um dia no celular também (o serviço está em negociações com algumas operadoras).
O que chegou a dar ao serviço o apelido de “Hulu dos sites de música”, em alusão ao site de vídeos que oferece, de forma gratuita e legal, a exibição de capítulos de seriados e filmes completos.

Aliás, semelhante ao iTunes, o Spotify usa o discurso da “experiência do consumidor” para fechar acordo com as gravadoras que, na maioria de vezes, concordam em disponibilizar o seu acervo no serviço online de música.
Quer combater a pirataria? Deixe os processos judiciais de lado e a combata por meio da “experiência do usuário”. Forneça um serviço melhor que os sites piratas de streaming de música. Em vez de perder tempo em redes de compartilhamento de arquivo tentando encontrar o arquivo desejado, “basta o usuário ir ao Spotify e em um clique ouvir a música” (sem preocupações com vírus ou arquivos corrompidos).
O argumento do Spotify parece dar certo. O serviço já tem uma base de 1 milhão de usuários (nem mesmo uma recente falha de segurança tem conseguido abalar o seu crescimento).
E, da mesma forma que o site de vídeos Hulu, o Spotify tem recebido elogios do Techcrunch, do The Guardian e do The New York Times, pois é visto como um serviço que encontrou o meio termo, ao mesmo tempo agrada gravadoras e usuários, um dos resultados mais difíceis de se conseguir no mercado de música online.
Se você utiliza a versão gratuita, a cada uma hora entra um pequeno comercial. Na versão paga, por 9,99 euros por mês (mais ou menos 30 reais), você tem acesso a todo o acervo sem exibição de publicidade (atualização: temporariamente, a versão paga não está mais disponível para novos usuários no Brasil).
Porém, o que mais interessou a este jornalista é que a ferramenta cresce justamente em cima da tendência da streaming media. É como um iTunes em que você não precisa baixar nada para o computador, nem tem que andar por aí com um HD atolado de música em MP3.
Não é à toa que o conceito de streaming media foi tão bem sintetizado em uma declaração de Daniel Ek, de 25 anos, fundador do Spotify, em entrevista ao Elpais, nesta semana.
“O futuro está no acesso e não na propriedade”
Por enquanto, o Spotify está fechado para usuários brasileiros (existe a versão paga). Enquanto a “globalização” não chega a alguns serviços e produtos da internet, sempre existe aquela esperança de que, em breve, terá uma versão internacional.
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