
O assunto desse final de semana nos sites de tecnologia foi o lançamento do Wolfram Alpha, um sistema que, até a semana passada, falavam que seria um Google Killer (mais um), um concorrente de peso ao Google. Na verdade, um não exclui o outro. A proposta do Wolfram é um pouco diferente.
O sistema nasce com um bom pedigree. Stephen Wolfram, cientista e desenvolvedor do buscador, criou em 1988 o Mathematica, um software de cálculos, que ficou conhecido por fazer visualizações e modelagens de forma contínua.
De certa forma, o Wolfram é uma continuidade desse trabalho (no sistema você também pode fazer cálculos, igual a uma “calculadora científica online”).

O objetivo a priori é responder a perguntas, uma abordagem boa principalmente em uma época em que, cada vez mais, as pessoas utilizam os sistemas de busca como um confessionário, um oráculo, para obter respostas às dúvidas existenciais e até mais banais. Aspecto comportamental que é bem abordado no livro Click, de Bill Tancer, e que já ganhou uma resenha aqui, no blog.
Quando você faz uma busca no Google, o sistema retorna com diversas alternativas à sua pesquisa. O Wolfram é diferente. Ele dá uma única resposta, é exato. Por exemplo, procure por Rio de Janeiro. No Google, vão aparecer diversos links. No Wolfram, apenas uma resposta, dados sobre a cidade.
Os resultados de uma busca podem ser salvos em formato pdf (o sistema também já conta com plugin para o Firefox para quem quiser usar).
Aliás, está aí mais uma diferença em relação ao Google, o Wolfram trabalha apenas com dados objetivos – número de habitantes, extensão da cidade, condição do tempo, sendo que você pode comparar esses dados com os de outra cidade. Ou seja, ele não responde a perguntas do tipo “Qual o melhor restaurante para ir hoje à noite?” Trabalha com dados numéricos e responde a perguntas factuais.

Pelo que notei, o Wolfram ainda não está funcionando em 100%, o sistema falha às vezes e você tem uma quantidade inicial limitada de perguntas que pode fazer ao mecanismo, além de ser restrito ao inglês. Não adianta fazer perguntas em português.
Em resumo, vale a pena sim usar o Wolfram, mas nada que substitua o Google ou a “busca em tempo real” do Twitter. São coisas diferentes.
Vale lembrar que, como toda informação na web, sempre é bom confrontar os resultados com outras fontes. O Wolfram promete ser ideal para fazer cálculos, resolver equações e ser uma boa fonte para pesquisas, mas não a única.
Deixe um comentário