O Facebook perdeu. Foi obrigado a fazer um acordo com a Federal Trade Commission (FTC), Comissão Federal de Comércio dos EUA, a respeito de acusações sobre violações da privacidade dos usuários da plataforma de rede social. Nos próximos 20 anos, o site será obrigado a submeter-se a auditorias independentes.
Mark Zuckerberg, cocriador do Facebook, foi a público, no blog oficial da empresa, pedir desculpas à “comunidade” do Facebook. Admitiu que vem errando a mão. Detalhe: é a 10ª vez que ele pede desculpas públicas por alterações feitas na plataforma.
Em razão dos instrumentos de influência que a plataforma de rede social construiu nos últimos anos e do fato de ter se tornado um importante utilitário de comunicação, era natural que num momento qualquer recebesse regulação do governo. Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.
A principal modificação que a medida traz é que, agora, o Facebook será obrigado a solicitar o consentimento dos usuários antes de fazer qualquer alteração na política de privacidade da plataforma.
O Facebook tem um histórico de fazer mudanças na experiência de uso e na política de privacidade da plataforma de rede social sem pedir previamente a concordância dos usuários. Postura que ajuda a colocar o Facebook na categoria de “tecnologias estéreis” – conceito criado por Jonathan Zittrain, cofundador do Centro Berkman para Internet e Sociedade, no livro The Future of Internet and How to Stop It.
Segundo Zittrain, existem dois tipos de tecnologias.
As “tecnologias generativas” que se mantêm abertas a qualquer modificação externa. Os usuários guiam as mudanças e a inovação e a disrupção são condições de uso. A própria internet entra nesta categoria.
Nas “tecnologias estéreis“, por sua vez, os usuários são obrigados a usar o produto da forma como o fabricante deseja (por isso não é pedido o consentimento dos usuários antes de qualquer alteração), além disso, nesse tipo de tecnologia, as aplicações são amarradas a uma rede de controle. Até existe a possibilidade de construir aplicações, mas todas elas são monitoradas por uma central. Troca-se o risco por um controle regulatório.
Para Zittrain, entram nessa categoria o iPhone e o Facebook.
Existem vantagens e desvantagens em cada tipo de tecnologia. Por exemplo, teoricamente, “tecnologias estéreis” proporcionam por meio do controle mais segurança aos usuários, mas, por outro lado, são menos adaptáveis. Ou seja, dependendo da sua necessidade, uma pode ser mais interessante que a outra.
O importante mesmo é saber que existe essa distinção de tecnologias, para que, como usuários, saibamos onde estamos pisando…
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