A Google finalmente concluiu a aquisição da divisão móvel da Motorola. O negócio foi anunciado no ano passado, mas somente agora oficializado. É a típica notícia importante visto que, hoje em dia, o crescimento da internet se dá principalmente por meio do acesso gerado via dispositivos móveis.
Google é uma das poucas empresas de tecnologia, ligada à web, que está indo além da camada de aplicativos da internet. Está entrando na camada de infraestrutura de rede (telecom) e agora no mercado de hardware, com a oficialização da compra da Motorola.
A aquisição pode dar um novo ritmo à Google, que passa também a ser uma empresa de hardware, podendo entrar na fabricação de smartphones e tablets.
Antes cobiçado pela Apple, o executivo Dennis Woodside será responsável por comandar a Motorola Mobility.
Muito desafios vêm pela frente. A Google terá que encarar realidades com as quais não está acostumada, como cadeia de suprimentos, linhas de produção e atendimento ao consumidor. Contudo, é possível, desde já, vislumbrar diversas oportunidades para a Google:
* Abrir a possibilidade de criar coisas físicas (até agora a Google somente produz software). O setor de hardware é um dos que mais começa a passar por disrupção graças à “onda de startups” que o projeto Kickstarter ajudou a criar.
* Ter mais poder de barganha para negociar com operadoras de telefonia. Basta lembrarmos que a junção de software e hardware debaixo do mesmo chapéu deu um grande poder para a Apple negociar com as operadoras.
* Incrementar o projeto da Google TV (a Motorola produz set-top-boxes para o mercado americano de TV)
* Proteção contra a guerra fria de patentes, que acontece nos bastidores do setor de tecnologia.
Outro efeito é que a aquisição pode criar nos investidores a expectativa positiva de que a Google está preparada para uma internet cada vez mais distante do desktop (device agnostic).
(Aliás, entre vários motivos, as ações do Facebook podem ter caído justamente porque alguns investidores não acreditaram que a plataforma de rede social estaria preparada para gerar receita em uma internet onipresente em dispositivos móveis?).
A passos largos, a internet está cada vez mais presente em dispositivos/objetos e distante do desktop. Parece que os investidores já estão percebendo isso.
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