Três anos atrás, comentei que a home dos sites de notícias perderia cada vez mais o “monopólio da audiência“. De maneira crescente, o tráfego viria de outros canais de contato e apresentação de conteúdo, como buscas orgânicas, aplicativos, perfis em plataformas redes sociais e links de outros sites.
Esse cenário iria contra o hábito nos sites de notícias de supervalorizar a home e subvalorizar outras fontes de tráfego.
A BBC publicou números que ratificam essa tendência. Segundo Gareth Owen, gerente de produtos da BBC, atualmente, menos de 50% dos 8 milhões de usuários que acessam o site da BBCNews vêm da home do portal.
Para Owen, existe um motivo para esses números. Cada vez mais, as pessoas chegam ao site de notícias da BBC por meio de links em plataformas de redes sociais, como Twitter e Facebook.
De olho nessa mudança de hábito, a BBCNews reformulou a sua página no Facebook. Ainda em testes, agora os usuários podem personalizar o conteúdo por editoria ou localização geográfica.
Os leitores podem escolher qual tipo de conteúdo da BBC será exibido em sua linha de tempo. Basta dar um “curtir” no conteúdo desejado.
Ademais, com a página, a BBC passa a valorizar mais as “marcas pessoais no jornalismo“. O leitor pode decidir em receber as atualizações somente de um jornalista (marca pessoal) e não do veículo como um todo (marca institucional).
Existem alguns “senões” nesta estratégia que merecem atenção.
Talvez, a rigor, o tráfego da home não esteja caindo por que estão surgindo outros canais, mas devido à própria qualidade da edição.
Outra questão é a BBC começar a supervalorizar o botão curtir. Estudos mostram que, após dar um “curtir” numa página no Facebook, somente de 10 a 12% das pessoas retornam ou voltam a visualizar as atualizações da mesma. Ou seja, uma boa parte do pessoal curte e depois esquece.
Veja também: Facebook e o crescimento das “marcas pessoais” no jornalismo

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