Um dia para falar sobre email

Inbox Love é o nome de uma das conferências que aconteceu neste final de semana no Vale do Silício. O evento foi dedicado a discutir uma única coisa – a tecnologia de email.

O assunto chamou a minha atenção. Para mim, email é uma das tecnologias mais universais de comunicação. Simples de utilizar, atinge uma extensa faixa demográfica e “conversa” com diversos serviços de internet e dispositivos.

Segundo o Financial Times, dois assuntos dominaram o evento

O primeiro – como lidar com a avalanche diária de emails, tema que vem quebrando a cabeça de diversas startups nos últimos anos.

Jeff Lawson, da Twilio, fez a sugestão de priorizar o email de acordo com o direcionamento. Emails direcionados diretamente a você têm alta prioridade; as mensagens em que você é incluído em uma lista (via cc) ganham prioridade média; já os chamados “broadcast emails” – newsletter – adquirem o rótulo de  baixa prioridade.

Joshua Baer, diretor geral do Other Inbox, propôs a criação de um padrão que indicasse a relevância de um email a partir da data de envio ou recebimento. Emails de convites para um evento se autodeletariam após a realização do mesmo. Algo semelhante aconteceria com mensagens de promoções ligadas a certas datas, como Dia dos Namorados. Após um período, outras mensagens também poderiam se autodeletar, como os alertas de redes sociais.

Outro assunto da Inbox Love foi de que nossas caixas de emails dizem muito sobre a gente.

Jeff Bonforte, da Xobni, fez uma definição interessante. Nossa caixa de email é uma espécie de “Wikipedia pessoal”, lá estão informações com quem conversamos mais, quais são nossos assuntos preferidos, redes sociais online das quais fazemos parte, onde fazemos compras online.

Bonforte não é o primeiro a seguir essa linha de pensamento. Os pesquisadores Nicholas A Christakis e James H. Fowler, autores do livro Poder das Conexões, e a brasileira Fernanda Viégas, da Google,  já haviam demonstrado em seus estudos que nossos correios eletrônicos têm informações valiosas sobre as nossas interações sociais. É possível fazer um verdadeiro raio-X de uma pessoa simplesmente analisando as mensagens e o seu padrão de uso de email.

É por essas e outras que eu digo – email é uma das coisas mais íntimas que temos online.

Veja também: Minha vida, meus emails e eu

Comments

Claudia Dedeski says:

Engraçado que esse fenômeno das caixas de e-mail cheias me lembra muito uma estória que ouvi, não sei se é verdade, mas diz muito sobre a maneira como algumas pessoas lidam com as dificuldades: dizem que os americanos, por conta do início da corrida espacial, gastou milhares (ou milhões, não sei…) de dólares e tempo precioso pra desenvolver uma caneta que funcionasse no espaço, com gravidade quase zero. Os russos, porém, foram mais simples e usaram lápis. Da mesma forma, eu não vejo porque perder tempo debatendo algo que, no fundo, uma simples mudança de hábitos resolve. Quem reclama de avalanches de e-mails na Inbox vai perceber que, no fundo, é o maior responsável pela própria prisão.

Tiago Dória says:

@Claudia Dedeski

Concordo com vc, Claudia. Uma mudança de hábito resolve bem mais a questão do overload do que uma solução tecnologia.
É um problema bem mais de hábito do que tecnológico.

abs

Temos excelentes ferramentas para ajudar no gerenciamento do email. Filtros, canned responses, rascunhos… Acho que a maior barreira para manter a caixa de entrada organizada é o “começar”.

Em geral, as pessoas só se preocupam com isso quando a inbox está num estágio alarmante, com o índice de mensagens não lidas na casa dos três dígitos. Vale a pena tirar um dia para colocar tudo em ordem e, a partir de então, priorizar alguns minutos diários para o email. Fiz isso em meados do ano passado, até agora está funcionando muito bem.

[]’s!

Renato says:

Senhores

A palavra estória deixou de existir “há” um bom tempo!!!!

Renato.

Manter o e-mail organizado ou não vem da própria pessoa. Eu, particularmente não tenho problemas em organizar, pois uso recursos automatizados que eu programei pra facilitar o meu trabalho. Mas uma coisa que sempre falo: o e-mail não vai morrer, por mais avançada seja a tecnologia, nem que se tentem reinventar (vide o Google Wave e agora o Facebook também na onda), o e-mail sempre vai existir e vai perdurar por um bom tempo.

Eu também escrevi um artigo sobre o assunto, se interessar…
http://www.baudovalentim.net/2008/06/o-bom-e-o-velho-e-mail.html

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